17/01/2021

Confinamento 2.0


Tinha escrito um texto antes deste sobre o confinamento. Mais soft e calmo, com palavras mais cuidadosas e ponderadas. Contudo, depois do que tenho visto desde que entrou em vigor, sinto que não posso ficar calada. Sei que não é a opinião de todos, mas concordo com o confinamento e até acho que deveria ser mais duro, de modo a este durar menos tempo. A prova de que tinha razão tem-se visto nos últimos dois dias, em que as exceções cedidas para sair à rua são usadas como desculpa para quebrar regras e sinto-me revoltada.

Revolta-me ver pessoas que continuam a viver a sua vida como se nada fosse, não pensando nas consequências dos seus atos. Que tenham perdido o medo de apanhar o bicho é uma coisa (embora ache pouco lógico), outra é perder o respeito por todos os profissionais de saúde e pessoas que dependem de negócios que se encontram neste momento parados ou a meio-gás.

Acho que temos de parar de ser egoístas e de usar desculpas como "Não faz mal porque também se apanha a fazer coisas "essenciais"" para justificar tamanha irresponsabilidade. Acredito que todas as pessoas que o andam a fazer têm capacidade cognitiva para pensar no seguinte: Sim, é um pouco imprevisível onde podemos apanhar, mas, se tivermos o mínimo de contactos possível, caso aconteça apanharmos, o número de pessoas que acaba por ficar afetada é menor. Menos pessoas afetadas = Menor sobrecarga para o SNS. Acho que é simples e é fácil de construir esta linha de pensamento e, portanto, resta-me chegar à conclusão que se trata mesmo de uma questão de puro egoísmo.

Sinto que está na altura de pararmos de ignorar os infratores, principalmente se são pessoas que conhecemos, porque os amigos também servem para isso e é tudo o que podemos fazer. Vejam os testemunhos que a @alicetrewinnard tem publicado nos seus stories, leiam as notícias, informem-se sobre a situação, partilhem com os vossos amigos, para que possam também eles ganhar consciência.

1 comentário:

  1. Obrigada pelas tuas palavras, trabalho na linha de frente e estamos a chegar mesmo ao limite em tudo nos hospitais.

    Já estou a seguir o blogue, Beijinho

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