01/01/2021

2020

Dois mil e vinte foi um ano estranho, como penso ter sido para a grande maioria das pessoas. Mas no final do dia, quando faço um balanço do ano, chego à conclusão que foi como qualquer outro no sentido de ter havido coisas boas e más, o que foi diferente acabou por ser a maneira como vivemos. Não quero, de todo, romantizar os acontecimentos de dois mil e vinte, até porque sinto que me afetou bastante a nível de saúde mental e, infelizmente, no mês de Dezembro a minha família ficou infetada (incluindo-me). Quero sim, relativizar aquilo que aconteceu.

Embora me considere uma pessoa bastante positiva, considero-me também uma pessoa realista e um pouco cética. Não faço parte das pessoas que acham que em dois mil e vinte um, de repente, a covid vai embora, vamos deixar de usar máscara, ter de praticar o distanciamento social e tudo vai voltar ao normal. Acredito, contudo, que aos poucos vamos conseguindo habituar-nos à nova realidade, que a vacina poderá trazer esperança e, sobretudo, mais estabilidade no número de casos diários, e que os cientistas nos ajudarão a ter mais informação sobre como o vírus se comporta, de modo a sabermos também como nos comportar.

Já sobre o meu ano, foi um ano muito importante na minha vida. Voltei de Erasmus em Dezembro de 2019 para começar o meu sexto e último semestre da licenciatura. Por ter feito erasmus numa faculdade sem equivalências, esperava-me um semestre muito duro, com sete cadeiras quando o habitual por semestre para mim eram 4. Para além disso, tinha metido na cabeça uma meta relacionada com notas e estava decidida a cumpri-la. Nem sempre foi fácil, especialmente com tantos trabalhos de grupo, mas no final, acho que saí beneficiada, mais que não seja pelo tempo que poupei em transportes.

No verão fui muito à piscina, porque as praias de Lisboa ameaçavam sempre estar a abarrotar, comi (muitoooo) fora, passeei, estive com poucos (mas bons) amigos, tirei dois sisos, ouvi muita música e cantei muito. Foram dois meses incríveis

Em agosto comecei um estágio de doze meses. Ainda antes da faculdade acabar tinha decidido que não ia fazer o mestrado já, uma vez que durante os três anos da licenciatura nunca tinha feito um estágio e, por isso, não me fazia sentido estar a ir para um mestrado sem experimentar nada. Pesquisei muito, fui a muitas entrevistas e levei com muitos nãos. Questionei muitas vezes as minhas capacidades e o que estaria a fazer de errado (já que das mais de dez empresas por que fui entrevistada, apenas uma me deu feedback). Eventualmente encontrei um estágio na área que me agradava e numa empresa internacional, não queria acreditar. Se no início tinha um pouco o "síndrome de impostor", neste momento, sinto-me bastante confiante do que faço e, acima de tudo, muito orgulhosa de mim. Orgulhosa mas também sortuda e grata pelas circunstâncias, por ter conseguido um estágio em algo de que gosto e durante uma época tão complicada.

Dois mil e vinte permitiu-me reavaliar a minha vida ao concluir uma etapa e começar outra. Fez-me perceber quais são as minhas prioridades e ajudou-me a perceber que não preciso de saber tudo já, que tenho de ser paciente e concentrar-me mais no agora. É bom planear, mas quando estamos numa situação tão incerta, às vezes é melhor não planear muito. Por agora, os meus planos para 2021 são tirar a carta e fazer uma viagem nos meus anos, acompanhada ou sozinha, tanto faz.

Deixo aqui um pequeno vídeo que publiquei há pouco tempo no meu IG, que acaba por ser um pequeno resumo de alguns meses de dois mil e vinte. Fica o link porque o ficheiro é demasiado grande para ser carregado :( Espero que gostem!

Quais são os vossos planos so far para 2021?

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