21/04/2021

Lisbonita #1 | Saldanha

Gosto muito da cidade que me viu (e vê) crescer e tinha saudades. Saudades de poder andar livremente e poder olhar para os edifícios coloridos e típicos misturados com os edifícios envidraçados e modernos. De sentir a azáfama de uma cidade cheia de vida. Das pessoas a conversar umas com as outras e a desfrutar do que Lisboa tem para dar. Se calhar sou demasiado nova para o dizer, mas acredito que será para sempre a minha cidade favorita.

A pandemia veio tirar vida a Lisboa. Ficou mais pobre. Ruas vazias onde antigamente mal se conseguia passar; lojas fechadas temporariamente - mas por vezes também permanentemente; o novo normal como lhe chamam.

Por outro lado, veio ajudar-me a redescobrir as maravilhas da minha cidade. Como disse, sempre adorei Lisboa. Sempre foi e será a cidade do meu coração. Contudo, já não a fotografava com a atenção de uma visitante há alguns anos. As ruas vazias deram-me essa oportunidade.

Hoje fica aqui um bocadinho do Saldanha. Das minhas zonas favoritas de sempre. Principalmente se for para lanchar ou tomar o pequeno-almoço. O que não faltam são opções e sinto que é uma zona do centro de Lisboa a que toda a gente consegue chegar sem grandes dificuldades.

Agora ir a cafés é difícil e estar com pessoas ainda mais. Embora este seja um cenário infeliz, fez-me olhar para todos os detalhes desta zona de Lisboa com um carinho diferente. Afinal o Saldanha não tem só mil e um cafés e restaurantes incríveis. Tem também edifícios coloridos misturados com tons neutros e outros mais modernos. Tem detalhes de uma cidade antiga, mas modernizada.


Agora com o desconfinamento, como já referi, tenho aproveitado para redescobrir a minha cidade, de que tanto gosto. E quero muito partilhar aquilo que vejo, seja para os que também cá vivem, ou pessoas que não a visitam com tanta frequência. Vou assim partilhando um bocadinho de Lisboa, publicação a publicação. Espero que gostem.

Por curiosidade, têm uma zona favorita de Lisboa?

20/01/2021

Séries | The Good Fight

Para quem seguia The Good Wife, este nome pode soar familiar. Para quem não via, The Good Fight é um spin off da primeira, mas com um twist. Em primeiro lugar, gostaria de dizer que acho perfeitamente possível acompanhar The Good Fight sem nunca ter visto The Good Wife. Sim, mencionam algumas coisas no início, mas não são referências cruciais, e é algo que vai desaparecendo ao longo das temporadas.

Em The Good Fight não existem temas tabu, tudo tem de ser falado. Vivemos numa era em que, mais do que nunca, precisamos de usar a nossa voz para discutir assuntos relevantes. Exemplos são o racismo, police brutality, feminismo e o papel da mulher na sociedade em geral, questões de violação e harrassment, política, e mais recentemente, até de casos como o do Jefferey Epstein. Sou uma pessoa extremamente interessada por este tipo de questões e acho que The Good Fight ajuda-me a ter mais ferramentas sobre assuntos tão variados. Acho importante interessarmo-nos por e querermos aprender mais sobre isto, já que nos irá sempre enriquecer, tornar mais conscientes sobre o que nos rodeia e, de uma forma ou de outra, conhecer outras realidades fora da nossa bolha.

As personagens principais, Diane Lockhart e Lucca Quinn, são duas mulheres absolutamente incríveis e que nos transmitem uma vontade de sair de casa and speak up. Ao mesmo tempo, é uma série cheia de sarcasmo, sassiness, com piadas e twists inteligentes que me deixam tanto intrigada como a rir.

Overall, acho uma série completa a muitos níveis. Se gostam deste tipo de assuntos ou séries de advocacia em geral, totalmente aconselho. Contudo, aconselho também às restantes pessoas como maneira de se virem a interessar mais por estas questões. Acreditem que não se vão arrepender. Acho mesmo que é uma série para toda a gente e já converti algumas pessoas nesse sentido.


Já conheciam a série? Gostam?

17/01/2021

Confinamento 2.0


Tinha escrito um texto antes deste sobre o confinamento. Mais soft e calmo, com palavras mais cuidadosas e ponderadas. Contudo, depois do que tenho visto desde que entrou em vigor, sinto que não posso ficar calada. Sei que não é a opinião de todos, mas concordo com o confinamento e até acho que deveria ser mais duro, de modo a este durar menos tempo. A prova de que tinha razão tem-se visto nos últimos dois dias, em que as exceções cedidas para sair à rua são usadas como desculpa para quebrar regras e sinto-me revoltada.

Revolta-me ver pessoas que continuam a viver a sua vida como se nada fosse, não pensando nas consequências dos seus atos. Que tenham perdido o medo de apanhar o bicho é uma coisa (embora ache pouco lógico), outra é perder o respeito por todos os profissionais de saúde e pessoas que dependem de negócios que se encontram neste momento parados ou a meio-gás.

Acho que temos de parar de ser egoístas e de usar desculpas como "Não faz mal porque também se apanha a fazer coisas "essenciais"" para justificar tamanha irresponsabilidade. Acredito que todas as pessoas que o andam a fazer têm capacidade cognitiva para pensar no seguinte: Sim, é um pouco imprevisível onde podemos apanhar, mas, se tivermos o mínimo de contactos possível, caso aconteça apanharmos, o número de pessoas que acaba por ficar afetada é menor. Menos pessoas afetadas = Menor sobrecarga para o SNS. Acho que é simples e é fácil de construir esta linha de pensamento e, portanto, resta-me chegar à conclusão que se trata mesmo de uma questão de puro egoísmo.

Sinto que está na altura de pararmos de ignorar os infratores, principalmente se são pessoas que conhecemos, porque os amigos também servem para isso e é tudo o que podemos fazer. Vejam os testemunhos que a @alicetrewinnard tem publicado nos seus stories, leiam as notícias, informem-se sobre a situação, partilhem com os vossos amigos, para que possam também eles ganhar consciência.